Migrações internacionais e mundos do trabalho

01/01/2009 15:07

Título: Migrações internacionais e mundos do trabalho
Autor: Silva, Adriano Larentes da
Resumo: A presente tese aborda o processo de migrações internacionais e de transformações do mundo do trabalho entre o final do século XX e início do século XXI. Seu foco são os brasileiros e brasileiras, documentados e indocumentados, que, em 2007 e 2008, viviam em Portugal e na Espanha. O trabalho tem como objetivos investigar a história das migrações internacionais entre Brasil, Portugal e Espanha, mostrando a chegada de espanhóis e portugueses no Brasil e o contexto de ampliação das migrações de brasileiros para esses dois últimos países a partir de 1986; mostrar as narrativas, memórias, territórios e o cotidiano dos imigrantes brasileiros em Portugal e Espanha; e identificar as novas faces do trabalho imigrante entre o final do século XX e início do século XXI tendo como referência o trabalho de imigrantes brasileiros na construção civil, na limpeza e no cuidado de pessoas, na agricultura e na hotelaria. O período estudado vai de 1986 até 2008. Dentre as fontes documentais utilizadas estão entrevistas orais, notícias de jornais, documentos oficiais e dados estatísticos. O principal argumento defendido é o de que as migrações internacionais e a dinâmica atual do mundo do trabalho não são algo novo na história, mas são parte de uma estrutura que se mantém há mais de 100 anos. Contudo, a conjuntura do final do século XX e início do século XXI é distinta, principalmente em aspectos relacionados ao trabalho imigrante. Tal trabalho vem sofrendo interferências diretas de alterações mais amplas nos padrões produtivos, nas tecnologias e nos fluxos internacionais do capital e força de trabalho. Ao mesmo tempo, ainda que os imigrantes enfrentem piores condições de trabalho, que tenham lugares reservados para atuar e que recebam menores salários que os trabalhadores nacionais, estes não formam um mundo do trabalho à parte, uma vez que estão contabilizados, como precarizados, entre aqueles que devem produzir a riqueza mundial. Outro argumento defendido é o de que no contexto atual também são distintas para os imigrantes as formas de morar e de viver, bem como as noções de família, comunidade, profissão, emprego, sociabilidade, pertencimento e a maneira como estes lidam com o passado, o presente e o futuro.
Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em História
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93372
Data: 2009