Pessoas e mundos em movimento: migrantes haitianos e senegaleses na região da grande Florianópolis (SC)

01/01/2019 14:59

Título: Pessoas e mundos em movimento: migrantes haitianos e senegaleses na região da grande Florianópolis (SC)
Autor: Macedo, Janaina Santos de
Resumo:

Esta tese foi construída a partir da articulação das narrativas, experiências e performances de migrantes haitianos e senegaleses que se deslocaram para a região da Grande Florianópolis a partir de 2010, temporária ou definitivamente. Acompanhei, a partir do trabalho etnográfico os modos como construíram suas trajetórias de mobilidade e como dialogaram com as diversas fronteiras físicas e simbólicas, estabelecendo conectividades e dissensos entre si, local e transnacionalmente. A partir da metáfora do terremoto como desencadeador de transformações que desestabilizaram tempos e espaços, procurei seguir os abalos provocados e suas maneiras de articularem-se e resistirem poética e politicamente, individualmente e em grupos, através de associações, dos mundos do trabalho e outras dimensões da vida cotidiana, acionando saberes e práticas diaspóricos, transformando-os e criando novos caminhos possíveis.

Abstract : This thesis was constructed from the articulation of the narratives, experiences and performances of Haitian and Senegalese migrants who have traveled to the region of Greater Florianópolis since 2010, temporarily or definitively. I followed, from the ethnographic work, the ways in which they constructed their mobility trajectories and how they dialogued with the various physical and symbolic borders, establishing connectivities and dissensions between them, locally and transnationally. From the metaphor of the earthquake as a trigger of transformations which destabilized time and space, I tried to follow the shocks provoked and their ways of articulating and resisting poetically and politically, individually and in groups, through associations, the worlds of work and other dimensions of daily life, triggering diasporic knowledges and practices, transforming them and creating new possible paths.

Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2019.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/199667
Data: 2019

Rechaçando refugiados na União Europeia: a influência da guerra global ao terror nas políticas migratórias da União Europeia no período de 2011 a 2015

01/01/2018 15:00

Título: Rechaçando refugiados na União Europeia: a influência da guerra global ao terror nas políticas migratórias da União Europeia no período de 2011 a 2015
Autor: Villena Del Carpio, David Fernando Santiago
Resumo:

Desde o começo da Primavera Árabe, os fluxos migratórios têm se incrementando em demasia. Devido à proximidade geográfica, a União Europeia vê como os fluxos massivos de migrantes e refugiados querem entrar no seu território à procura da proteção que os seus Estados de origem não são capazes de brindar. O presente trabalho trata sobre o processo de securitização que têm sofrido as políticas migratórias da União Europeia no período 2011-2015. Essa securitização tem por objetivo limitar a entrada de migrantes e, neste caso, refugiados vindos do Oriente Médio, região flagelada pelo terrorismo fundamentalista islâmico. Para verificar o processo securitizador serão vistos os efeitos da Primavera Árabe na Líbia e Síria, as políticas migratórias da União Europeia desde sua criação até 2011, e desde 2011 até 2015. Para analisar essas políticas, serão analisadas as Diretivas Comunitárias que versam sobre a migração e o sistema de refúgio europeu, assim como as leis internas de alguns Estados-membros da União Europeia. Assim, também, estudar-se-á a Escola de Copenhague de Estudos de Segurança para dilucidar o processo securitizador e se é possível fugir do mesmo. Os resultados mostram que as políticas migratórias da União Europeia têm sido afetadas pela chamada Guerra Global ao Terror, rotulando os migrantes como terroristas, criminosos ou pessoas que querem tirar proveito do estado de bem-estar social do Estado de destino. Por outra parte, ver-se-ão os programas do Patrocínio Privado de Refugiados e o Reassentamento Solidário de Refugiados. Estes programas demonstram a existência de alternativas à política de refúgio criminalizadora, retomando o viés humanitário com que devem ser tratadas essas pessoas.

Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2018.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190095
Data: 2018

O sujeito cidadão nos deslocamentos humanos forçados: uma concepção de cidadania fraterna

01/01/2017 15:02

Título: O sujeito cidadão nos deslocamentos humanos forçados: uma concepção de cidadania fraterna
Autor: Langoski, Deisemara Turatti
Resumo:

A presente tese doutoral versa sobre a cidadania e o sujeito cidadão nos deslocamentos humanos forçados, com o intuito de propor indicativos para uma concepção de cidadania, sob o fulcro da teoria da fraternidade. Voltada aos Direitos Humanos, apresenta uma contribuição com estudos interdisciplinares, para o entendimento da situação dos migrantes e refugiados. Como problema de pesquisa, propõe-se: É possível afirmar se, de acordo com a proteção internacional dos Direitos Humanos, a teoria da fraternidade pode ser um referencial para a (re)interpretação da concepção de cidadania, a fim de que o Estado Constitucional com base nesses aportes, reconheça os migrantes e refugiados, como autênticos sujeitos cidadãos, em face da diversidade social e pluralista que caracteriza a sociedade do século XXI? Verifica-se a evolução dos modelos de cidadania, a partir de sua origem, passando pelas revoluções burguesas, inclusive o fenômeno da globalização. Apresenta-se a origem da fraternidade e sua historicidade, assentando como marco a Revolução Francesa de 1789 e, ao assinalar episódios históricos relevantes: o pleito da insurreição, o papel das mulheres no evento, a Revolução Haitiana e a condição dos ?não franceses?, busca-se entender o abandono do ideal da fraternidade e, na época atual, sua pretensa demanda ética, política e jurídica. Discute-se a migração como um direito humano, com a percepção do Estado Constitucional para a reafirmação do sujeito cidadão na contemporaneidade, a partir da matriz constitutiva do Direito Fraterno e dos estudos pós-modernos do ius migrandi, o qual se consagra no direito de mobilidade humana, perante o intenso fluxo migratório internacional. Analisa-se o (re)vivificar da fraternidade pela apreensão do tríptico: direito a migrar, autrement e hospitalidade, com o escopo de anunciar um novo arquétipo de cidadania que se denomina de Cidadania Fraterna. A tese, estruturada em quatro capítulos, os quais correspondem aos objetivos específicos da pesquisa científica, apresenta como metodologias, a abordagem dedutiva, o procedimento monográfico e a técnica de pesquisa bibliográfica. A complexidade dos recentes deslocamentos humanos internacionais, contrastam com estudos que sustentam questões como cidadania, Direitos Humanos e Direito Fraterno, sendo que este propõe deslocar o olhar do sujeito de direito para o outro em suas concepções jurídicas, ao evidenciar a dignidade humana nos campos da subjetividade e da relacionalidade. Não se pode mais pensar em um processo que compreenda direitos, enquanto pertencentes e possíveis, exclusivamente, aos nacionais ou apenas aos residentes de um determinado país. É imperioso conceber uma demanda em torno doEstado Constitucional, que impõe considerar direitos cujas possibilidades de entrega são feitas na perspectiva do Estado Democrático de Direito – tendo referida expressão o sentido de pensar em direitos afetos aos cidadãos circunscritos e pertencentes em uma comunidade, indistintamente considerados, quais sejam cidadãos e cidadãs do mundo. Tendo como alvo o direito dos migrantes e refugiados, convém indicar para a efetivação dos Direitos Humanos – nos termos preconizados na Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 – um mínimo de multifuncionalidade e estruturas jurídico-sociais, cujo protagonista da cidadania consubstancia-se no sujeito cidadão. A hipótese levantada foi verificada no último capítulo e o resultado da pesquisa centra-se na seguinte consideração: é imperiosa a necessidade de ampliar a compreensão da cidadania, a qual pressupõe além dos direitos e deveres tradicionais já preconizados, reconheça à todas as pessoas, indistintamente, o pertencimento mundial, com a proteção ao direito de migrar, sendo a matriz teórica da fraternidade o fundamento para uma nova relacionalidade. Neste contexto, vislumbra-se indicativos para a constituição de um modelo de cidadania com a ampliação de seu conceito para uma Cidadania Fraterna.

Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2017.
URI: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/179896
Data: 2017

Onde a comida não tem gosto: estudo antropológico das práticas alimentares de imigrantes brasileiros em Boston

01/01/2011 14:56

Título: Onde a comida não tem gosto: estudo antropológico das práticas alimentares de imigrantes brasileiros em Boston
Autor: Assunção, Viviane Kraieski de
Resumo: Esta tese traz um estudo antropológico das práticas e saberes alimentares de imigrantes brasileiros na Grande Boston, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Tendo como base um trabalho de campo realizado em 2009, argumenta-se que a alimentação cotidiana dos sujeitos de pesquisa, que eles descrevem como comida brasileira, é uma estratégia para recriar, através da sensorialidade, o ambiente doméstico que possuíam antes de migrarem. A comida brasileira consumida cotidianamente, portanto, não está relacionada a processos de construção ou afirmação de identidade nacional, mas a uma tentativa dos imigrantes de (re)produzir familiaridade em um meio hostil e, deste modo, lidar com a distância e saudade de familiares e parentes que deixaram no Brasil. A comida brasileira evidencia ainda as práticas transnacionais dos imigrantes e sua intensa participação em redes sociais. Além disso, esta tese trata ainda de outras questões pertinentes que cercam as práticas alimentares dos imigrantes brasileiros em Boston: as mudanças na rotina alimentar dos imigrantes; os aspectos morais da comida; os rearranjos nas relações de gênero, observadas a partir da tarefa de cozinhar para a família; o entendimento do gosto enquanto prática e sua importância na interação entre os indivíduos; a formação da oferta de produtos brasileiros na Grande Boston; a circulação de produtos entre boston e Brasil, com ênfase no envio de comida para os imigrantes; os encontros e as festividades nas quais a comida tem papel preponderante na produção de relações e alteridades.
Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2011
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95311
Data: 2011

Migrações internacionais e mundos do trabalho

01/01/2009 15:07

Título: Migrações internacionais e mundos do trabalho
Autor: Silva, Adriano Larentes da
Resumo: A presente tese aborda o processo de migrações internacionais e de transformações do mundo do trabalho entre o final do século XX e início do século XXI. Seu foco são os brasileiros e brasileiras, documentados e indocumentados, que, em 2007 e 2008, viviam em Portugal e na Espanha. O trabalho tem como objetivos investigar a história das migrações internacionais entre Brasil, Portugal e Espanha, mostrando a chegada de espanhóis e portugueses no Brasil e o contexto de ampliação das migrações de brasileiros para esses dois últimos países a partir de 1986; mostrar as narrativas, memórias, territórios e o cotidiano dos imigrantes brasileiros em Portugal e Espanha; e identificar as novas faces do trabalho imigrante entre o final do século XX e início do século XXI tendo como referência o trabalho de imigrantes brasileiros na construção civil, na limpeza e no cuidado de pessoas, na agricultura e na hotelaria. O período estudado vai de 1986 até 2008. Dentre as fontes documentais utilizadas estão entrevistas orais, notícias de jornais, documentos oficiais e dados estatísticos. O principal argumento defendido é o de que as migrações internacionais e a dinâmica atual do mundo do trabalho não são algo novo na história, mas são parte de uma estrutura que se mantém há mais de 100 anos. Contudo, a conjuntura do final do século XX e início do século XXI é distinta, principalmente em aspectos relacionados ao trabalho imigrante. Tal trabalho vem sofrendo interferências diretas de alterações mais amplas nos padrões produtivos, nas tecnologias e nos fluxos internacionais do capital e força de trabalho. Ao mesmo tempo, ainda que os imigrantes enfrentem piores condições de trabalho, que tenham lugares reservados para atuar e que recebam menores salários que os trabalhadores nacionais, estes não formam um mundo do trabalho à parte, uma vez que estão contabilizados, como precarizados, entre aqueles que devem produzir a riqueza mundial. Outro argumento defendido é o de que no contexto atual também são distintas para os imigrantes as formas de morar e de viver, bem como as noções de família, comunidade, profissão, emprego, sociabilidade, pertencimento e a maneira como estes lidam com o passado, o presente e o futuro.
Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em História
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93372
Data: 2009

Estado, redes sociais e fronteira: a migração do sul catarinense para os Estados Unidos

01/01/2007 15:03

Título: Estado, redes sociais e fronteira: a migração do sul catarinense para os Estados Unidos
Autor: Santos, Gislene Aparecida dos
Resumo: Desde o final da década de 1980 um pequeno fluxo migratório se formou na região ao sul do Estado de Santa Catarina, em direção aos Estados Unidos. Esse fluxo configura-se como um complexo sistema, organizado por uma densa rede social migratória, no qual informações, capitais e pessoas circulam entre o Brasil e os Estados Unidos. Na mesma época, promulgam-se nos Estados Unidos rígidas leis migratória. Em 2001 o USA Patriot Act e o Border Security and Visa Entry Reform Act (EBSVERA) concedem ao Estado norte-americano maior policiamento na zona fronteiriça (México-Estados Unidos), através da injunção de sofisticados objetos técnicos de controle e vigilância, fundando assim a primeira fronteira eletrônica com monitoramento integral para deter a entrada de migrantes não-documentados no território estadunidense. Neste contexto, intensifica-se, no sul-catarinense, uma migração indocumentada e clandestina para os EUA, que tem, na fronteira México- Estados Unidos, um dos seus fortes pontos de conexão. O objetivo desta tese é explicar o arranjo sócio-espacial e histórico desta rede migratória, articulada às seguintes variáveis: 1) Os acordos culturais, na década de 1960, celebrados entre o Brasil e os EUA, que tiveram forte rebatimento cultural no sul-catarinense e representaram, sobretudo na cidade de Criciúma, a propagação do american way of life. 2) A materialidade da violência imposta pelo governo dos Estados Unidos ao longo da fronteira sudoeste e seu significado político e econômico sobre o fluxo migratório provindo do sul catarinense. 3) O lugar reservado ao migrante irregular (sem-documentos) do sul catarinense na economia urbana estadunidense. Concluise que o atual fluxo migratório de trabalhadores para os EUA não merece ser contemplado como fato estranho à sociedade de origem e nem a de destino. Lentamente a população de Criciúma familiarizou-se com a presença de elementos e objetos provindos da sociedade americana. No primeiro momento, nos anos 1960, tal familiaridade era representada pelas freqüentes viagens de um restrito segmento da população local para os EUA, seja como turista ou através de intercâmbios estudantis; no segundo momento, no final da década de 1980, esse movimento se amplia e incorpora, uma parcela da população que realiza a primeira viagem internacional. No entanto, desta vez, o curso do movimento toma outra direção: aos turistas ou aos jovens estudantes em intercâmbio, juntam-se, com mais intensidade, homens e mulheres entre 28 e 42 anos de idade, que migram diretamente para o trabalho.
Descrição: Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Geografia
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/90279
Data: 2007